terça-feira, 29 de março de 2011

Anaximandro (611-547 a.C.)

Discípulo e sucessor de Tales. Segundo Anaximandro o princípio eterno e vital, dotado de vida e imortalidade é o ápeiron (indeterminado, infinito). O ápeiron é:
 O espacialmente e quantitativamente infinito e qualitativamente indeterminado.
 Por um processo de separação ou “segregação” derivam (provém) todas as coisas.
 A “massa geradora“ dos seres, a qual contém em si todos os elementos contrários.

Anaximandro recusava-se a ver a origem das coisas em um elemento particular; todas as coisas são limitadas, e o limitado não pode ser, sem injustiça, a origem das coisas.

Anaximandro tinha um argumento para demonstrar que a substância primária não podia ser a água ou qualquer outro elemento. Se um desses elementos fosse anterior, conquistaria (tomaria o lugar) os outros. Segundo Aristóteles, Anaximandro dizia que esses elementos conhecidos estavam em luta uns com os outros. O ar é frio, a água é úmida, o fogo é quente, e essas coisas são antagônicas entre si, portanto elemento primordial não poderia ser um dos elementos visíveis; teria que ser um elemento neutro, que está presente em tudo, mas é invisível.

Para que possamos entender melhor o que é o ápeiron, podemos compará-lo com a natureza de Deus .

Deus
Princípio eterno e vital de tudo o que existe, dotado de vida e imortalidade.
Espiritualmente infinito.
É qualitativamente determinado. (A natureza de Deus não comporta contradição: em Deus não há mal e bem, somente o bem).
Gerador de todos os seres

Ápeiron
Princípio eterno e vital de tudo o que existe, dotado de vida e imortalidade.
Espacialmente ou quantitativamente infinito.
É qualitativamente indeterminado. A natureza do ápeiron comporta contração.
“Massa geradora” dos seres.

O ápeiron está em oposição ao mundo (O ápeiron é infinito e o mundo –Terra- é finito), que está contido nos limites do céu, apesar desse infinito conter os mundos. Para Anaximandro, era possível que o infinito (ápeiron) gerasse um número infinito de mundos, que coexistiriam uns com os outros , mas separados por distâncias tão grandes que jamais tomariam conhecimento uns dos outros.

Os mundos nascem e morrem no seio desse infinito (ápeiron). O retorno de todas as formas ao informe (sem-forma, pois o ápeiron, sendo infinito, não tem forma) é, assim, o cumprimento de uma justiça contra a injustiça, e significa que as coisas pretendem ser subsistentes por si mesmas, pois a justiça é, em última instância, a igualdade de tudo na substância única, a imersão, sem diferenças, no seio de uma indeterminada infinitude (Isso quer dizer que o infinito unifica o todo e que não há luta entre forças contrárias).

Devemos também a Anaximandro uma “teoria” tanto cosmológica como biológica: a espécie humana haveria derivado de animais aquáticos que, em sua origem não seriam humanos (Eis um texto que pode ter inspirado Darwin).

Uma definição de filosofia

A filosofia, quanto mais se estuda, mais aparecem mistérios para serem desvendados. Para a filosofia não existe crença, mas lógica...
A filosofia procura a lógica de tudo, desde a existência de uma simples caneta à criação do mundo... A filosofia nos ajuda a entender tudo e ao mesmo tempo, se não for compreendida, nos deixa confuso.
É preciso compreender a filosofia...
A filosofia exige amor ao estudo para que possamos entendê-la, e mesmo nos dedicando ela é complexa e estudá-la é descobrir a lógica de tudo... (Marcilene Sobral dos Santos, aluna do segundo ano do ensino médio da E. E. B. David Pedro Espíndola - 2008).

Assembleia na carpintaria

Contam que na carpintaria houve uma vez uma assembléia. Foi uma reunião das fer¬ramentas para acertar suas diferenças. O martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho e, alem do mais, passava todo o tempo golpeando. O martelo aceitou sua culpa, mas também pediu que fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez, pediu expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos. A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro, que sempre media os outros segundo sua medida, como se fora o único perfeito.
Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso.
Finalmente, a rústica madeira se transformou num lindo móvel. Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembléia reativou a discussão. Foi então que o serrote tomou a palavra e disse: “Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades, com nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos, e concentremo-nos em nossos pontos fortes”.
A assembleia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limpar e afinar as asperezas, e o metro era preciso e exato.
Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria pela oportunidade de trabalhar juntos.